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quinta-feira, 21 de maio de 2015

teu banho

Teu banho
Da porta entre aberta do banheiro
Deixo a imaginação voar livre
Sou poeta, de palavras, rimador
De linhas brancas inacabadas
O sonho idealizador.
O vapor sobe para o alto,
Daqui onde diviso
Como espião da porta entre aberta,
Desenhando tua imagem
Sublimando teu sorriso
A água desliza por tua pele
Macia com um toque aveludado
Desvendando misteriosas curvas
Por traços curvilíneos, sinuosos,
E segredos em ti guardados
A água desce em corredeira
Como se tivesse pressa
De teu corpo inteiro desvendar
Cada curva
Cada poro
Como um cego a tatear
Como uma serpente
Teu corpo serpenteia sob a ducha de água
Que preenche teus espaços
Massageia-te por inteira
Quente água
Que teu corpo delineia
Ah! Quente água que te banha
Relaxa corpo e mente
Clareia pensamentos
Canta alegre descontraída
Uma quase inaudível canção
Entorpece os sentidos
Sente inefável a sensação
Banho de tato e olfato
Prazeres sensoriais
E eu
Ainda com a mente te desenhando
Nesse banho que refresca a alma
Sensação fresca na pele
Nessa torrente de água
Enquanto poetizo teu banho
Imaginando o sabonete que por ti desliza
Afagando teus cabelos
Massageando tua pele
Uma ponta de inveja me corroeu
Aquele sabonete, por um instante,
Quisera, fosse eu.
Então, sem mais nada a fazer
Fico no vazio do quarto sozinho
Espero-te linda e cheirosa
Sob lençóis de linho

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